ter 21 maio 2024
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Escola Piloto de Engenharia Química é criada na UFPR

No último mês de março, foi criada na UFPR a Escola Piloto de Engenharia Quí­mica (EPEQ). O projeto, que nasceu da experiência de intercâmbio do estudante Éverton Simões Van-Dal, funciona da seguinte maneira: sob supervisão do professor orientador, os alunos produzem material didático e ministram aulas sobre temas ainda não incorporados ao currí­culo de graduação em Engenharia Quí­mica.

Os alunos se reúnem às quartas e sextas-feiras, com 30 minutos de aula e 15 minutos de discussão sobre o conteúdo, totalizando dois blocos de 45 minutos. Em cada um destes encontros, uma dupla de alunos faz uma apresentação sobre uma parte do tema e monta uma apostila com o conteúdo. Dessa forma, todos treinam apresentação e produzem material didático. Uma das vantagens deste sistema é que os alunos não ficam sobrecarregados, pois durante o semestre cada um apresenta duas ou três vezes, no máximo.

A EPEQ foi inspirada na Escola Piloto da COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qual são ofertados cursos sobre assuntos ainda não contemplados no currí­culo. A diferença entre as duas é que na EP da UFPR são os próprios alunos que preparam o material e ministram as aulas, enquanto que na UFRJ são professores que oferecem o conteúdo.

“É intencional a proposta de que os próprios alunos ministrem as aulas, por isso fechamos um grupo não muito grande, de quinze alunos, para conseguirmos manter o rendimento e a qualidade e conseguirmos preparar estes estudantes para repassarem o que aprenderam para mais pessoas” afirma o idealizador do projeto, Van-Dal.

O professor responsável pela EPEQ, Alberto Tadeu Martins Cardoso, explica que para as aulas são escolhidos temas ligados à tecnologia, na maioria das vezes, e que atualmente não são contemplados na grade curricular da graduação em Engenharia Quí­mica por falta de tempo ou por serem assuntos muito recentes.

Para Cardoso, as tecnologias evoluem muito rapidamente na Engenharia Quí­mica, como em qualquer outro curso, e transferir essa velocidade para as reformas curriculares fica inviável, por isso a EPEQ busca abordar alguns temas de modo mais ágil, como um curso de extensão.

“A Escola Piloto fecha uma lacuna. Com ela a gente se propõe a estudar com profundidade temas novos, que não são abordados em sala de aula. E isso faz toda a diferença no mercado porque são conhecimentos que trarão um diferencial para o nosso currí­culo”, afirma o aluno integrante da EPEQ Bruno Nonohay, 22 anos.

Atualmente a escola está passando por uma fase experimental, mas já no próximo semestre pretende divulgar o processo seletivo para o ingresso de novos membros.

Criação e implementação

Éverton Simões Van-Dal, estudante do curso de Engenharia Quí­mica, 22 anos, ingressou em um dos programas de intercambio da UFPR e, após um ano e meio de aprendizagem, retornou ao Brasil com a vontade de dividir o que aprendeu. “Quando fiz meu estágio na França eu aprendi algumas coisas bem úteis para minha formação como engenheiro e que eu não tinha tido contato durante a graduação”, conta Van-Dal.

Para colocar em prática a ideia do compartilhamento de conhecimento, ele procurou o professor Cardoso, que acabou se tornando orientador do grupo, e apresentou a proposta de uma Escola Piloto de Engenharia Quí­mica (EPEQ).

O docente, que atua de forma voluntária na EPEQ, afirma ter aceitado participar e apoiar a iniciativa por ver nela uma maneira de valorização do ensino. “É um programa de extensão, não oficializado ainda, voltado ao ensino. Para mim, uma das coisas mais importantes é poder valorizar essas iniciativas que visam ao desenvolvimento do estudante e da instituição”, opina.

 Integrantes da Escola Piloto de Engenharia Quí­mica buscam complementação curricular
Arquivo pessoal

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