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Núcleo Tandem oferece oportunidade de aprimorar língua estrangeira

Celin UFPR
Em uma conversa descontraída, alunos e intercambistas trocam cultura no Celin.   (Foto: Valsui Júnior)

  Criado a partir da iniciativa de uma intercambista do curso de Letras da UFPR, o Núcleo Tandem nasceu no ano de 2007 no Centro de Línguas e Interculturalidade – Celin. A palavra que deu origem ao nome do projeto faz referência à bicicleta ‘tandem’, na qual duas pessoas têm a oportunidade de pedalar rumo a um destino comum. É assim que o projeto funciona: dois alunos, um brasileiro e um estrangeiro encontram-se pelo menos uma vez por semana para praticar suas línguas de origem a partir de uma metodologia já consagrada mundialmente.

  “Não é apenas tomar um café e conversar em outra língua, isso você pode fazer em qualquer momento”, conta a professora de língua portuguesa para estrangeiros Bruna Ruano, idealizadora do projeto. A ideia surgiu em 2006, quando ela fez um intercâmbio para a Alemanha e acabou conhecendo o projeto que tem bastante procura nas universidades europeias desde meados dos anos 60. A implementação do Núcleo no Celin foi institucionalizada em 2013 e, inclusive, foi tema da tese de mestrado da professora. “São várias estratégias para que a pessoa comece a refletir um pouco sobre o seu processo de aprendizagem na escrita, na fala e quais são os objetivos dela na língua”, explica Bruna.

COMO FUNCIONA

  A prioridade para alunos brasileiros é de estudantes do curso de Letras, uma vez que conta como horas formativas para a graduação, mas também é aberto ao público que deseja, através da prática de uma língua estrangeira, atingir um objetivo específico. “O primeiro encontro é mediado por nós. Sentamos com essas pessoas e explicamos como funciona a teoria do Tandem”, relata a psicóloga Gabriela Diniz, uma das organizadoras do núcleo. A partir desse momento, os parceiros ‘tandem’, como são chamados, encontram-se pelo menos uma vez durante a semana.

  “Duas semanas depois desse primeiro encontro, mandamos um e-mail com uma planilha para os alunos responderem e este é o momento que eles têm para apontar se estão tendo algum problema”, detalha Gabriela. “É uma garantia que nós fazemos de ir até eles e perguntar se está tudo correndo bem”, ela finaliza. O núcleo tem como objetivo fazer com que os alunos desenvolvam suas habilidades nas línguas de maneira autônoma. Desde o primeiro encontro são discutidos quais os objetivos particulares de cada um dos parceiros e como eles desejam ser corrigidos. A seleção de perfis compatíveis é essencial na hora de definir as parcerias. “Se, por exemplo, o estrangeiro está estudando Engenharia no Brasil, damos prioridade para que seu ‘tandem’ seja um brasileiro da Engenharia”, relata a professora Bruna.

  Com a parceria concluída, ambos os parceiros recebem um certificado de horas formativas que serão aceitos nas suas universidades de origem. “Pode ser um certificado de 10 horas, assim como de 30 ou 40 horas. Porém, para receber esse certificado, é necessário a entrega de um relatório”, explica Bruna Ruano. “Isso garante que eles continuem se encontrando”, reitera. Além de fechar as parcerias entre os alunos, o núcleo contabiliza o número de estrangeiros que chegam à universidade, assim como disponibiliza materiais para que os encontros continuem.

NÚMEROS

  No ano de 2014, foram mais de 800 parcerias fechadas, 500 a mais do que em 2007, no início do núcleo. As línguas mais procuradas pelas parcerias foram espanhol (100 alunos inscritos), francês (81) e inglês (65). Ainda assim, o número de estrangeiros inscritos é maior do lado oriental: coreanos (50 alunos inscritos) e japoneses (34). “Nos casos das línguas mais procuradas, nós deixamos claro que pode demorar”, conta a psicóloga Gabriela Diniz. “Já houve caso de pessoas que começaram agora uma parceria de inglês e estavam há mais de um ano esperando”, explica.

RELATOS

  Há também o caso de muitos ‘tandem’ que acabam criando laços. “Conheço o caso de um brasileiro que tinha um ‘tandem’ francês e acabou indo para a França, ficou na casa da família e do parceiro lá”, conta Gabriela. “Para os alunos africanos, fica bem evidente a importância do Tandem, uma vez que eles não têm uma comunidade bem estruturada em Curitiba, diferente das outras nacionalidades”, ela relata.

  O aluno do curso de Letras/Japonês da UFPR, Mauro Rodrigues, 22, é um dos casos que acabou adotando mais de um parceiro ‘tandem’. Com a finalidade de praticar suas habilidades no coreano, Mauro conta que encontra sua ‘tandem’ formal pelo menos uma vez por semana. Ainda assim, encontra espaço para se conectar com outros estrangeiros falantes de japonês. “Você às vezes tem um conceito sobre determinado país. Por exemplo, achava que no Japão as pessoas eram mais fechadas, porém não é o que acontece quando conheci meu ‘tandem’”, relata Mauro.

  Já o japonês Eita Higashino, 21, veio para Curitiba estudar Economia na UFPR há cerca de três meses e considera a experiência essencial para a aprendizagem de língua portuguesa. “A partir do projeto, você pode trocar seus conhecimentos culturais e foi a melhor opção para mim, que buscava uma oportunidade de praticar português”, alega Eita.

SERVIÇO

Para se inscrever no Núcleo Tandem, basta acessar o portal do núcleo no site do Celin:
http://www.celin.ufpr.br/index.php/nucleo-tandem

Os encontros acontecem na sede XV de novembro
Rua XV de Novembro, 1441 Centro (próximo da Reitoria da UFPR)
CEP: 80060-000 – Curitiba – PR
Telefone: +55 41 3363-3354

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