qui 25 abr 2024
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Primeira Via Calma de Curitiba será implantada até final de maio

A primeira Via Calma de Curitiba está sendo instalada na Av. Sete de Setembro, entre a Rua Mariano Torres e a Praça do Japão. A Via consiste em um espaço compartilhado, onde os veículos automotores deverão trafegar em velocidade máxima de 30 km/h. À direita, uma área tracejada delimitará o espaço para o ciclista. Nos cruzamentos serão instaladas as bicicaixas, que demarcando espaço entre a faixa de pedestre e a faixa de contensão dos veículos motorizados, vão criar uma área especial de parada para bicicletas nos semáforos, assegurando a visibilidade do ciclista.

Segundo o Coordenador do plano de ciclomobilidade do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Antonio Miranda, a via deverá ser concluída até 22 de maio. A Via Calma faz parte do Plano Diretor Cicloviário, que será implantado pela Prefeitura de Curitiba até 2016, e está investindo mais de R$ 90 milhões em ciclomobilidade.

A zona 30 pretende proporcionar ao ciclista a segurança necessária para sair da canaleta. (Crédito: Acervo CicloIguaçu)

O Plano Diretor Cicloviário, anunciado em setembro de 2013 pelo prefeito Gustavo Fruet, prevê a implantação de 300 km de vias cicláveis na cidade. Segundo o Coordenador-Geral da Associação Ciclo Iguaçu (Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu – Curitiba e Região Metropolitana), Goura, o projeto foi um compromisso de campanha, assinado por Fruet ainda quando candidato. “Com a atual gestão, foi possível a formalização de um diálogo e o início de ações”, afirma. A cidade possui atualmente 130 km de vias para os ciclistas, o que para Goura é insuficiente para o uso da bicicleta para o trabalho. Com os 300 km a serem implantados, Curitiba poderá ser considera uma cidade ciclável.

O que existia antes do Plano Cicloviário eram estruturas cicloviárias dispersas no tecido urbano, sem uma conectividade efetiva. “O primeiro passo foi aprimorar a qualidade dessa rede, para em seguida planejar novas rotas”, assegura Miranda. O primeiro projeto a ser efetivamente implantado será a Via Calma da Av. Sete de Setembro. Os novos 300 km serão divididos entre 130 km de Ciclofaixas/Ciclovias, 80 km de Vias Calmas e 90 km de Ciclorrotas. O projeto está totalmente pronto, entretanto pretende ser implantado após o término da Copa. Para favorecer a integração dos modais de transporte, serão instalados também bicicletários protegidos nos terminais de ônibus. Segundo Miranda, os terminais Vila Hauer e Campina do Siqueira serão os primeiros, seguidos do Cabral, Portão, Capão Raso e Capão da Imbúia.

PARCERIA COM A CICLO IGUAÇU

Em agosto de 2013 foi realizado uma pesquisa pela Ciclo Iguaçu em parceria com o Ippuc, buscando o perfil do ciclista da Av. Sete de Setembro. A pesquisa de amostragem revelou que 67% dos ciclistas que trafegam na avenida usam a bicicleta para trabalhar. Destes, mais da metade (52%) fazem uso diário. Além disso, os ciclistas entrevistados eram provenientes de mais de 54 bairros de Curitiba. Quebrando a tese de que o ciclista de Curitiba é proveniente dos bairros centrais e faz uso da bicicleta para lazer.

As pesquisas indicam que os ciclistas deixam de circular pelas canaletas nos locais onde são implantadas vias cicláveis. Segundo o coordenador do plano de ciclomobilidade, em agosto de 2014, depois da implantação da Via, será feita nova pesquisa, para avaliação dos resultados.

Além do levantamento de dados, a Ciclo Iguaçu lançou uma campanha em seu site denominada “Ciclorrota – Qual é a sua?” para descobrir os principais locais que os ciclistas de Curitiba gostariam de encontrar ciclorrotas. As três sugestões mais votadas e viáveis, fazem parte do projeto de implantação do Ippuc.

Avenidas como a Sete de Setembro são, segundo Goura, vias lentas.“Esse tipo de via foi criada apenas para acesso ao comércio. Não serve como via de escape de transito”. As vias rápidas, de alta velocidade para os veículos motorizados, correm paralelas as canaletas.

SEGURANÇA PARA O CICLISTA

A implantação da Via Calma é um importante passo na consolidação da bicicleta como modal de transporte. Para Goura, a obra vai colocar alguns conceitos para a população, permitindo a reestruturação de hábitos. Miranda concorda. “Os projetos buscam encorajar as pessoas a irem as ruas. Um fator de segurança para o ciclista é a quantidade de ciclistas”. O coordenador-geral da Ciclo Iguaçu afirma ainda que não pretendem dificultar a vida do motorista. “A gente quer oferecer segurança para facilitar que mais pessoas optem pela bicicleta”.

 

[BOX]

Ciclovias: espaço exclusivo para a bicicleta, com segregação física.

Ciclofaixa: espaço exclusivo para a bicicleta, sem segregação física.

Clicorrotas: vias de tráfego comum e de baixo movimento, tem como objetivo unir estruturas preexistentes de vias cicláveis, unificando a rede.

Via Calma: A área delimita um espaço que pode vir a ser ocupado pela bicicleta, sendo preferência do ciclista quando tal.

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