qui 28 mar 2024
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“Temos resultados reais para mostrar o quanto avançamos. Quem apenas critica não tem o que apresentar”, afirma Beto Richa

Candidato à reeleição, Richa diz que pretende aprimorar o que foi feito em seu primeiro governo (Foto: Divulgação)
Candidato à reeleição, Richa diz que pretende aprimorar o que foi feito em seu primeiro governo (Foto: Divulgação)

Beto Richa, candidato à reeleição pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSBD), defende que seu governo fez muito pelo Paraná. Richa começou a vida pública em 1994, quando foi eleito deputado estadual, e também exerceu as funções de vice-prefeito e de prefeito por dois mandatos.

Por e-mail, o candidato esclareceu polêmicas que envolveram seu governo e detalhou algumas de suas propostas, como o programa “Vigia” na área de segurança pública. Além disso, ele expôs o que pretende fazer pela educação do estado, pelas universidades paranaenses e em áreas como saúde e segurança da mulher.

Confira a entrevista:

O senhor já tem experiência como gestor público. O que muda nesta campanha? O que o senhor pretende fazer de diferente?

Para mim mudou porque, ao percorrer os 399 municípios de nosso Estado, senti, além do respeito e carinho das pessoas, o estímulo dos paranaenses para nossa reeleição. Este foi o grande aval para esta campanha.

No seu plano de governo, o senhor cita os benefícios que seu governo teria trazido para as mulheres e também diz que proporcionou total igualdade entre homens e mulheres no estado com relação à emprego e educação. Entretanto, sabemos que o atendimento nas delegacias especializadas ainda é muito precário, já que funciona em horário comercial e é feito por homens. De maneira concreta, quais medidas o senhor pretende tomar para fortalecer os serviços regionais de atendimento às mulheres vítimas de violência?

Desde janeiro de 2013, o Paraná conta com a Coordenadoria das Delegacias da Mulher do Paraná (Codem), órgão da Polícia Civil responsável por gerenciar o trabalho das delegacias existentes e estudar a viabilidade para a criação de novas delegacias da mulher no estado.

Atualmente, apenas a Delegacia da Mulher de Curitiba funciona 24 horas por dia. As outras funcionam em horário comercial e casos de flagrante fora deste período são atendidos pelas respectivas Subdivisões Policiais, que trabalham diariamente em sistema de plantão 24 horas. Porém, estamos trabalhando para que todas funcionem 24 horas com atendimento específico.

Há mulheres policiais civis em todas as unidades policiais, por isso, sempre que há um caso de violência sexual contra a mulher, este atendimento é feito preferencialmente por uma mulher. Todavia, mesmo que seja por um homem, a boa educação deve ser a mesma.

No seu plano de governo, o senhor dá muito destaque à melhoria na saúde do estado no seu último governo, mas sabe-se que o Paraná não investiu nem sequer os 12% obrigatórios nesta área, o que inclusive levou o Governo Federal a não repassar recursos ao nosso estado. Qual a justificativa para o descumprimento desta lei?

Em gestões anteriores, mascarava-se o percentual aplicado porque tudo era embutido nesta área: programas de outras secretarias eram incluídos no guarda-chuva da saúde. Nós investimos R$ 8,5 bilhões exclusivamente em saúde pública em quatro anos e investiremos ainda mais para viabilizar a consolidação de projetos que resultarão em atendimento mais eficiente à população.

Nesta próxima gestão, nosso compromisso é investir mais do que os 12% das receitas correntes líquidas estaduais em saúde para garantir a qualidade e o atendimento de excelência às pessoas. Infelizmente, o Governo Federal reduziu drasticamente sua participação em recursos para este setor. E esse foi mais um problema computado aos estados. Garanto que continuaremos a investir forte em saúde.

No campo da educação, uma das suas principais propostas é oferecer internet de 100 mega, tablets e lousas digitais para 100% das escolas paranaenses, que representam mais de 1 milhão de alunos. De onde virão os recursos para isso, e como o senhor pretende estruturar a distribuição?

Virão de parte do orçamento, que é proposto na Lei Orçamentária Anual, que é aprovada pela Assembleia. Os setores prioritários, ou seja, aqueles que receberão atenção especial, serão educação, saúde e segurança. Essas são as funções básicas do Estado e se constituem como princípios das políticas públicas, fortalecendo a estrutura de governo.

Mas, virão também de uma condição já assegurada junto ao Plano de Ação Articulada, do Governo Federal. O Paraná tem direito a R$ 4,7 milhões para este fim em emendas já aprovadas na Câmara Federal, e aguarda apenas a liberação destes recursos.

Ainda na área de educação, o senhor diz que pretende implantar o ensino integral em todas as escolas do estado. Mas muitas escolas não têm estrutura física ou profissionais suficientes para atender esta demanda. Portanto, o que será feito para que essa proposta seja cumprida?

Implantaremos o ensino integral. Isso está previsto no Plano Nacional de Educação, aprovado no dia 26 de junho deste ano, com incremento de 10% do PIB à educação, o que nos possibilitará melhorar a infraestrutura das escolas e a remuneração dos professores. Todos os estados do Brasil esperam que os recursos do Plano Nacional de Educação sejam liberados e que sejam distribuídos de forma descentralizada. Além disso, há o nosso compromisso de investir seriamente, com os nossos recursos, neste setor.

Na campanha de 2010, um dos seus compromissos foi zerar o número de presos em delegacias no Paraná. Uma vez que o senhor já admitiu que isso não foi feito, e considerando as diversas rebeliões que têm ocorrido nas prisões do estado, como o senhor pretende construir em quatro anos as vinte penitenciárias previstas em seu plano de governo? Há alguma proposta para corrigir emergencialmente esse problema?

Houve, sim, quatro rebeliões em Maringá, Cascavel, Cruzeiro do Oeste e em Piraquara. As vinte novas obras já iniciadas criarão 6.670 vagas no sistema prisional e acredito que elas minimizarão esta pressão.

No Brasil, há 99 obras de construção de penitenciárias, vinte delas em nosso estado, que demandarão R$ 136 milhões de recursos, R$ 104 milhões do Governo Federal e o resto do nosso caixa. Há ainda oito ampliações, abrindo 3.082 vagas para o regime fechado; seis novas cadeias públicas, abrindo 2.292 vagas para presos provisórios e seis novos centros de integração social, com 1.296 vagas para presos de regime semiaberto. Iniciaremos também o monitoramento de 5 mil presos por tornozeleiras, que também liberarão vagas nos presídios.

Voltando à saúde, o senhor defende que a aquisição de helicópteros foi um grande avanço nesta área e que uma das suas propostas é manter e ampliar o transporte aéreo e abranger as quatro regiões. Porém, os helicópteros de que o estado dispõe ainda são poucos e usados apenas para atendimentos do Samu. Além da aquisição de novas aeronaves, em que mais o senhor acha que este serviço deve melhorar?

Primeiro, é preciso frisar que a providência dos helicópteros não foi a nossa única iniciativa no setor de saúde. O transporte aéreo da saúde é uma das ferramentas da Rede Paraná Urgência, que está estruturada em todo o estado, desde a atenção primária, nas Unidades de Saúde, até a retaguarda hospitalar de alta complexidade. Os helicópteros e o avião exclusivos da saúde são acionados em casos de grande complexidade e urgência, mas o cidadão pode contar com o atendimento de urgência e emergência cada vez mais próximo de onde vive.

O que fizemos foi estruturar a rede para que as pessoas em situação de emergência fossem atendidas o mais rápido possível e levadas para a unidade que tem os profissionais e equipamentos necessários para salvar vidas. De janeiro de 2011 a julho de 2014, foram atendidos 1.139 pacientes pelo transporte aéreo e apenas oito no período de 2007 a 2010.

Recentemente o HC, da UFPR, foi ameaçado de fechamento caso não houvesse a adesão do Hospital à Ebserh. O HC é o maior hospital do estado, e para Curitiba vêm inúmeros doentes à procura de tratamento. Como o estado vem atuando para diminuir a carência pelo atendimento das especialidades no interior do estado? Quais as medidas do governo para evitar que o paciente precise viajar para ser atendido?

Temos um grande projeto em execução – os Centros de Especialidades do Paraná. Hoje, são onze centros em construção que reunirão, em um mesmo local, consultas e exames especializados, atendimento com equipe multiprofissional (enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos especialistas) e pequenas cirurgias ambulatoriais. Além dos onze centros já garantidos, nos próximos quatro anos vamos construir e equipar outros doze, consolidando em todas as regiões de saúde um projeto que atenderá plenamente ao cidadão que precisa de atendimento especializado.

Para a próxima gestão pretendemos financiar, de forma inédita, a Residência Médica em Medicina da Família e a Residência Multiprofissional e de Especialidades de maior demanda para melhorar a qualidade da assistência prestada à população.

O Paraná conta, hoje, com universidades estaduais muito importantes como a UEL, a UEM e a UEPG. Quais são as suas propostas para as universidades estaduais?

Nosso segundo mandato será marcado pela multiplicação de investimentos em áreas de vanguarda científica e tecnológica e as sete universidades estaduais, nas quais investimos R$ 2,6 bilhões por ano, estão inseridas neste contexto. No ano passado, investimos 1,62% da receita tributária para fomentar a pesquisa científica e tecnológica. Neste ano, vamos atingir ou ultrapassar o percentual de 2%. Desde o primeiro dia de nossa administração, implantamos políticas públicas de estímulo às universidades. Este conceito permanecerá e será reforçado.

O seu governo tem sido criticado por casos como a falta de combustível dos carros da polícia e porque, para alguns, as melhorias habitacionais que ocorreram no seu governo foram impulsionadas pelo programa Minha Casa, Minha vida, do Governo Federal. Como o senhor se defende dessas críticas?

Foram problemas pontuais, alguns inclusive por questões burocráticas, já solucionados. Mas, estou preocupado com os bons projetos já desenvolvidos e os que desenvolveremos para proporcionar a melhoria da qualidade de vida dos paranaenses. Nós temos o que mostrar e o que propor. Temos resultados reais do desenvolvimento socioeconômico do nosso estado em todos os setores para mostrar o quanto avançamos e as potencialidades desta próxima gestão. Um exemplo: nosso PIB, em média, cresceu o dobro do PIB nacional. Quem apenas critica não tem o que apresentar.

Falando em segurança pública, quais as suas propostas para melhorar a segurança nas diferentes áreas do estado? O que será feito de diferente ou novo, em relação ao que foi feito neste governo?

Nosso combate ao crime continuará sem tréguas, eu garanto. Contrataremos mais dez mil policiais, instalaremos 95 módulos móveis da PM (a ação já começou em Curitiba e se estenderá a outros municípios), ampliaremos o número de Unidades Paraná Seguro e compraremos mais centenas de viaturas novas, prosseguindo o que fizemos nesta primeira gestão.

Mas, o mais inovador dos programas na próxima gestão será o “Vigia”, um moderno sistema de monitoramento usado pela polícia de Nova York. A ferramenta integrará uma central todas as câmeras de monitoramento, públicas e privadas, das grandes cidades paranaenses, auxiliando a polícia a combater o crime. O “Vigia” também emitirá alerta de movimentos suspeitos, facilitando o trabalho dos policiais.

Como a sua reeleição beneficiaria os jovens paranaenses? Você tem alguma proposta específica para esse público?

Há programas desenvolvidos, por exemplo, pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, e pelas secretarias da Educação, da Ciência e Tecnologia, da Cultura e do Esporte, entre outras. Mas, citarei um deles conectado ao novo tempo que o Paraná está vivendo, proporcionando maior capacitação e qualificação de sua juventude: abriremos vinte mil vagas em escolas técnicas profissionalizantes, além de estimular o ensino e a pesquisa acadêmicos em nossas sete universidades.

O senhor gostaria de acrescentar alguma coisa ou deixar um recado para os leitores e leitoras do Jornal Comunicação?

Agradeço à comunidade acadêmica pela compreensão a eventuais problemas pontuais que possam ter acontecido nestes quatro anos, pela confiança e apoio sempre demonstrados quando apresentamos não só nossos projetos, mas a sua realização. Quero contar com o endosso de estudantes e professores e com seu acompanhamento ao dia-a-dia de nossa próxima gestão, que será, como foi a primeira, baseada, sobretudo, no respeito e no diálogo com todos.

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