ter 16 abr 2024

Voando Alto

Aeronave da categoria Micro. Este ano, a aeronave transportar 40 bolinhas de tênis, não podendo estar presas entre si
Aeronave da categoria Micro. Este ano, a aeronave
transportar 40 bolinhas de tênis, não podendo estar presas entre si

O desafio da SAE AeroDesign é lançado anualmente para os estudantes de Engenharia projetarem e construírem aeronaves. Com objetivo de incentivar o intercâmbio de técnicas e conhecimentos entre estudantes e futuros profissionais, a competição de 2014 foi realizada na cidade de São José dos Campos, São Paulo.

Há 16 anos no Brasil, os desafios lançados pela competição seguem as questões reais enfrentadas pela indústria aeronáutica. Este ano, 87 equipes brasileiras e mais oito estrangeiras se inscreveram. A equipe vencedora, Urubus, da Universidade Estadual de Campinas, vai representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2015, nos Estados Unidos. As equipes brasileiras acumulam histórico de 12 medalhas de ouro.

Segundo Tarik Orra, diretor técnico da competição, o grande diferencial é exigir que os alunos comprovem na prática a eficácia do projeto proposto. “A capacidade de solução de problemas reais de engenharia são coisas que não se aprende em sala de aula”, afirma.

Para o diretor, houve uma nítida melhora tanto na quantidade quanto na qualidade dos projetos apresentados, com o desenvolvimento de novas técnicas e ferramentas, elaboradas, muitas vezes, pelos próprios alunos.

Aeronave da categoria Regular. Este ano, a somatória da projetada não podia exceder 0,775m², podendo transportar qualquer tipo de material de carga  útil, exceto chumbo
Aeronave da categoria Regular. Este ano, a somatória da projetada não podia exceder 0,775m², podendo transportar qualquer tipo de material de carga útil, exceto chumbo

AeroDesign na UFPR

A equipe da UFPR, Burning Goose, participa da competição desde 2005, através do projeto de extensão AeroDesign. Ele é a única forma de acesso a conhecimentos no ramo de aviação dentro da Universidade. “O AeroDesign é um ganho a mais na graduação deles”, celebra Waldyr de Lima Silva, coordenador do projeto.

Embora sejam orientados, os alunos devem fazer tudo sozinhos: desde a elaboração do projeto até a construção da aeronave em si. “Todas as informações, dados para cálculos e subsídios teóricos são conseguidos com pesquisa, conversa com profissionais e ex-alunos mais experientes”, conta o professor.

O edital muda ano a ano, consistindo em novas implicações e desafios. Este ano, a equipe Burning Goose não conseguiu se inscrever por conta das alterações. “A determinação pode ser sobre o tamanho do compartimento de carga, ou envergadura das asas – que é a distância da aeronave ponta a ponta”, exemplifica Silva. Para 2014, o regulamento delimitou uma restrição dimensional da planta máxima.

O motor e o combustível são os mesmos para todos os aviões inscritos, para que o design seja o único responsável pela qualidade do voo. Mas a viabilidade da construção também entra em jogo. “Faz parte do projeto saber lidar com seu orçamento, algo que também será cobrado no mercado de trabalho. Mesmo que a gente não tenha uma boa fase de patrocínio, lidamos com isso conforme as decisões de projeto”, diz Eduardo Nakanishi, já há três anos na equipe.

Apaixonado por AeroDesign muito antes de entrar na graduação em Engenharia Mecânica, Rafael Vieira conta que o projeto ofertado pela UFPR atendeu suas expectativas. “É muito desafiador, tanto na área técnica como na área humana”, ressalta. Vieira, que participou da competição da SAE em 2013, conta que o momento de levantar voo é o de maior tensão e ansiedade entre a equipe: a hora em que todo o trabalho é posto à prova, que pode ser dura, mas também muito recompensadora.

 

 

 

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